sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Cântico Negro de José Régio

Num momento de tantas dúvidas e incertezas, nada melhor do que ouvir este poema, na voz de João Villaret



Dr. Francisco Xavier de Araújo



Médico natural e residente de Terras de Bouro, aí exerceu clínica toda a vida. Ficou na memória dos conterrâneos pela forma solidária como desempenhou as suas funções.
Em consequência de um abalroamento da moto em que se fazia transportar por uma autocarro  que o projectou no ar, deixando-o gravemente ferido, foi necessário amputar-lhe uma perna. Mesmo assim, nunca deixou de acorrer a todos, incansável, percorrendo estradas e caminhos de terra na sua Norton, que também serviu muitas vezes para dar boleia a quem necessitasse. Ainda hoje existe em Covide uma placa assinalando a data em que passou por lá a primeira moto, que era a sua.
Nunca casou. Morava com uma irmã solteira e um irmão casado e sua mulher. Eram uma família abastada, que tinha terras de cultivo e trabalhadores por conta, mas viviam com alguma austeridade. O único luxo que se conhecia ao Dr. Xavier era andar com notas de dinheiro muito novas dentro de uma agenda, de onde extraía uma sempre que havia peditórios na missa do Sanntuário de São Bento da Porta Aberta, coisa que causava espanto e admiração aos pobres fiéis que só podiam contribuir com moedas.
Morando em Rio Caldo, foi médico da Casa do Povo local e da de Covide e dava consultas particulares. Quando era procurado por pessoas pobres, em vez de receber pagamento, era ele quem lhes dava dinheiro para os medicamentos. Em compensação, no Natal enchiam-lhe a casa de presentes, quase sempre produtos da lavoura ou animais de criação.
A sua efígie em medalhão foi colocada no Largo Padre Martins Capela da vila de Terras de Bouro, ao lado da do Dr. Artur Adriano Arantes, num monumento inaugurado em 1990. Além dissso, o seu nome figura na toponímia local.
In Médicos Nossos Conhecidos, de Ana Barradas e Manuela Soares, , Medinfar, 2001

NB: Uma outra efígie sua figura em Paredes, Rio Caldo, junto ao Posto de Turismo, numa homenagem da Junta de Freguesia de Rio Caldo, onde nasceu em 1901 e faleceu em 1984.

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Lamento



Porque paira tão alto o teu desdém,
Deus das velhas montanhas de granito?
Rasgo a carne a subir aonde o meu grito
Te diga a solidão que me devora,
E quando aí chego a rastejar, contrito,
É mais acima que o mistério mora!

M. Torga - Diário VI - Gerês 11 de Agosto de 1952

Rio Cávado

Passeio
Olho as pedras roladas do teu leito,
Rio de sonho que me desafias
A cantar, a cantar noites e dias,
Como um velho poeta insatisfeito.


Pedras roladas, os teus versos brancos,
Jóias de inspiração
Arrancadas ao sono dos barrancos
E a brilhar no trajecto da canção.

(Miguel Torga - Diário VI - Gerês, 8 de Agosto de 1952)

sábado, 5 de fevereiro de 2011

Reduzir número de deputados

Face à verborreia instalada no "Para lamento" sobre o número de deputados, só vejo uma maneira de resolver o problema... É "zipar" os ditos cujos para que a "coisa" emagreça e fique mais barato aos contribuintes...