1 A Comissão Europeia deu instruções aos Estados-membros
no sentido de valorizarem as aprendizagens informais dos cidadãos, através do
reconhecimento de competências, de modo a que as mais diversas experiências
profissionais ou de vida possam ser reconhecidas num diploma universitário.
Aponta-se mesmo o ano de 2015 como o momento de já estarem a ser reconhecidas
com “canudo” universitário as aprendizagens obtidas fora do circuito
tradicional académico. Afinal de contas, depois do humor português ter sido
engordado com as mais divertidas piadas, a Universidade Lusófona e Miguel
Relvas mais não foram do que pioneiríssimos a gerar títulos de plástico. Como
algumas Universidades estão à míngua de euros, bem pode ser que com esta medida
se venha a remediar a sua liquidez. Sabendo-se da vertigem nacional pela
doutorice… vai ser um vê se te avias...
2 No âmbito de Guimarães – Capital Europeia da Cultura 2012, A
Guarda Nacional Republicana participou no teatro de rua “O Funeral de
Portugal”. Na peça, os militares escoltaram um caixão com a forma do mapa de
Portugal continental, simbolizando o enterro do país. É no mínimo irónico que,
desde sempre, a gente de Guimarães, que tanto reivindica para a cidade o berço
da nacionalidade, tenha agora tolerado nas suas ruas uma palhaçada deste
calibre. Toda a gente sabe que tudo aquilo não passou dum simulacro da
realidade. Mas há limites, mesmo para a brincadeira. O país está doente, mas já
superou crises bem piores do que a actual, como atestam os seus quase nove
séculos de história. Não é a patetice ideológica de meia dúzia de pretensos
iluminados vanguardistas que matará o orgulho de séculos de um povo inteiro.
Mas terem carpido o país com a GNR fardada, equipada, armada a preceito foi
enlamear todos os seus profissionais. A GNR não pode de modo algum participar
em palhaçadas deste género nem cair ingenuamente em ridículos como este. A quem
também se fez o “funeral” foi ao Comandante Territorial de Braga da GNR, que
foi afastado do cargo.
3 Com o
anúncio das novas medidas de austeridade, Passos Coelho conseguiu a inédita
proeza de colocar todo o país e até alguns indefectíveis do partido a resmungar
contra si. O país passa momentos conturbados e a grande maioria até caiu na
realidade de que é preciso fazer austeridade, mas a ideia generalizada é que a
Troika está a fazer de Portugal um laboratório de experiências nunca testadas
em parte alguma. Por outro lado, os Socialistas, tão ou mais responsáveis
quanto estes, pois foram eles quem convidaram a Troika a pôr ordem na casa,
parecem mais interessados em cavalgar a onda das contestações, para capitalizar
momentâneas simpatias, sabendo que se lá estivessem a receita era a mesma, do
que apresentar alternativas credíveis. O Primeiro-Ministro faz lembrar aquele
inglês cujo cavalo trotava muito bem, era muito pacífico, obediente,
respeitador, mas que tinha um pequeno defeito: comia demasiado. Vai daí, começa
todos os dias a cortar na ração para o pôr na linha. De início as coisas até
nem estavam a correr mal. O cavalo obedecia, até começou a ficar mais elegante.
No entanto, deixou de ser tão pacífico, tão obediente, tão respeitador. E
quando o cavalo estava a chegar ao ponto ideal morreu... Com os portugueses,
bem pode acontecer o mesmo.
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