As águas socialistas andam muito agitadas.
Há tempos, que vozes desgarradas, de dentro do PS, vinham dando alfinetadas
avulsas na liderança de Seguro. Ultimamente, de forma mais
clara e organizada, os apaniguados de
Sócrates vieram a terreiro mostrar que era preciso apear o líder. No dizer dos
contestatários, tem de haver uma oposição vigorosa de modo a ser criada uma
alternativa à actual maioria. Mas este ninho de víboras esquece-se que ainda há
pouco tempo esteve no governo da nação e merece quarentena pelo estado em que
deixaram o país. Os partidos políticos comportam-se como um saco de gatos, que
de garras afiadas, espreitam a melhor altura para definir o território. António
Costa é o homem apontado para a refrega. Depois de questionar, inicialmente,
“qual é a pressa” em convocar um congresso, José Seguro deu um murro na mesa e
pede eleições directas o mais rapidamente possível. É um desafio claro a
António Costa. Para quem tanto pedia eleições, aí as tem e intestinas.
A privatização da RTP, tal
como foi arquitectada por Relvas e seus acólitos, foi um grande disparate para
o PSD. Com avanços, recuos e sucessivas mudanças de trajectória, o Governo de
Passos Coelho dissipou energias inúteis e criou anticorpos desnecessários na
opinião pública. A RTP é uma casa de vespas-douradas que devia ter sido tratada
com muito cuidado. Mas de trapalhada em trapalhada, Relvas ziguezagueou demais
e deu tudo em águas de bacalhau. A reforma ficará adiada para as calendas
gregas com o Zé a pagar a farra. Fala-se em reformulação da empresa. Será a
embrulhada que se segue? Sem fazer alarido, o vencedor desta guerrinha de
alecrim e manjerona é o parceiro de coligação, Paulo Portas, que muito
inteligentemente soube levar a água ao seu moinho.
Corre nas redes sociais a
informação de que a Câmara Municipal de Loures é gerida como se de uma empresa
familiar se tratasse. Toda a gente sabe que uns arranjinhos sempre se fizeram.
Que os concursos públicos são quase sempre feitos à medida de alguém. Ainda
muito recentemente, o Secretário de Estado da Administração Local pediu a
demissão, ao ser acusado pelo Ministério Público de prevaricação, enquanto
presidente de câmara, “devido a um concurso para a chefia de uma divisão da
autarquia”, onde eventualmente teria favorecido um primo. Comparado com o caso
de Loures, isto não é nada. Com efeito, o referido presidente, que vai no
terceiro mandato, já empregou a mulher, a filha, dois cunhados e a nora. A
namorada do filho é a última aquisição, ao ser nomeada adjunta do gabinete da
presidência. Para que conste, dos restantes, nenhum desempenha a tarefa menor
de calceteiro, jardineiro ou adjunto no tratamento das águas residuais de
Loures.
Aquando da manifestação dos professores,
o
secretário-geral da CGTP, na hora de botar faladura, foi à tarde, referiu-se ao
etíope da troika, como o “escurinho”. Da esquerda à direita, não faltou quem
desancasse no homem, acusando-o de racismo e até xenofobia. Enfim, o país anda
tão cinzento, nervoso, sisudo, triste, taciturno que não se permite uma
piadazita, por mais inócua que seja. A gargalhada até faz bem à saúde, está
provado e ainda não paga imposto, por enquanto! Por isso, será que Tó Zé
Inseguro vai cair do poleiro atropelado pelo “escurinho” da Câmara de Lisboa?
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